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Sobre a indústria química em Portugal na década 2000-2010

Sempre que se falou em indústria portuguesa, ao longo da última década, a porção que dizia respeito aos engenheiros químicos, tendo por base por afinidades temáticas e técnicas, correspondia a cerca de 30% de toda indústria nacional.

Conclusões como esta foram obtidas a partir de dados recolhidos na página da Organização para o Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO).
Através de um tratamento de dados sensível ao ramo da engenharia química, preparei dois gráficos, um respeitante à composição da indústria portuguesa no ano 2000, filtrada a partir dos sectores de interesse profissional do engenheiro químico, e outro relativo à evolução dos referidos sectores de interesse (e outros) ao longo do período 2000/2008.


gráfico1


A partir do primeiro gráfico é possível perceber que o sector têxteil era de longe o mais expressivo em 2000, representando 9% da indústria nacional. Logo a seguir surgiam os sectores alimentar e do papel, com 4% e 5%, respectivamente. De notar a fraca expressão da produção de químicos em portugal face a outras indústrias, como por exemplo ao sector dos plásticos, que sendo de si só uma área mais específica conseguia representar metade do que representava a produção de produtos químicos em Portugal.


gráfico

Analisando o gráfico da evolução dos sectores da indústria com mais afinidade à engenharia química, salta a vista a mediática crise vivida pelo sector têxtil, que definhou a um ritmo anual de 5,5% no durante 8 anos, a qual foi bastante mais grave em Portugal do que na Europa a 15. Ficam na retina, também, os fulgurantes crescimentos das indústrias do papel e dos plásticos, que cresceram a ritmos cerca de duas vezes maior do que a realidade europeia a 15.
Como nota final, refira-se que este exercício de interpretação da indústria à luz da engenharia química permite olhar para certos sectores industriais e verificar que estão vivos e recomendam-se.