No Canadá é notícia o testemunho de um jovem recém-formado em engenharia química que revela as dificuldades sentidas para encontrar emprego na sua área.
“Andy Xue, de 25 anos e recém-formado pela Universidade de Toronto, julgou que seria fácil encontrar trabalho após conclusão do curso. De momento encontra-se frustado embora mantenha a esperança de encontrar uma oportunidade em engenharia. A realidade levou-o a candidatar-se a empregos noutras áreas profissionais, incluindo os seguros. Acima de tudo diz-se à procura de “alguma coisa” e classifica a situação como desesperante.
A verdade é que a recessão tem vindo dar origem a uma vaga de migração de jovens trabalhadores qualificados para postos que normalmente seriam ocupados por pessoas com formação ao nível do ensino secundário.
A situação actual está a criar uma polarização entre duas realidades distintas: postos de trabalho especializados e bem remunerados, e postos de trabalho não qualificados e mal remunerados, sobretudo ao nível dos serviços. No meio encontra-se um pequeno grupo de trabalhadores com experiência mas não necessariamente com formação superior.
Um dos problemas desta realidade parece ser o que facto de que só uma equilibrada distribuição de salários favorece o consumo, pelo que a falta de trabalhadores numa situação intermédia prejudica a própria economia.
A mesma polarização conduz ainda a divergência nas expectativas e experiências de vida. Muitos dos que têm formação superior acabam por bater na dura parede da realidade e ter de reajustar os seus sonhos e expectativas.
Enquanto que no passado as empresas costumavam formar os seus funcionários a partir das funções base com vista a cargos de topo, hoje parecem mais susceptíveis a encontrar talento já existente no mercado do que formar os próprios talentos.
Isto ajuda a justificar porque motivo no Canadá , com uma taxa de desemprego de 7,9%, os empregadores se queixem de falta de perfis com as competências pretendidas.
Fonte: The Spec