O material comercialmente conhecido por Teflon corresponde ao polímero conhecido por politetrafluoretileno (PTFE), o qual se enquadra no grupo dos fluorpolímeros.
O PTFE possui propriedades únicas, o que torna valioso em múltiplas aplicações:
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- tem um ponto de fusão alto;
- é estável a temperaturas muito baixas;
- é apenas solúvel em fluor (gás) ou alguns metais derretidos;
- é extremamente resistente à corrosão;
- é bastante liso e escorregadio;
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O Teflon é uma descoberta acidental americana ocorrida em 1938 nos laboratórios da Du Pont, resultante de uma tentativa de produzir o refrigerante tetrafluordicloroetano a partir de ácido hidroclórico e do gás tetrafluoretileno (TFE).
Inicialmente a Du Pont não se apercebeu do valor desta descoberta, a qual se veio a provar útil na 2ª Guerra Mundial, aquando do desenvolvimento da bomba atómica, para armazenar a substância tóxica e corrosiva hexafluoreto de urânio. No decorrer desta guerra, o Teflon passou também a ser utilizado na cobertura dos cones frontais do mísseis. O sucesso destas aplicações conduziu ao registo de patente do PTFE por parte da Du Pont, em 1944, com o nome de Teflon.
Processo de Produção
Existem tipcamente duas formas de produzir PTFE: polimerização por suspensão e polimerização por dispersão. Ambas partilham o primeira etapa, que consiste na síntese do gás TFE.
1. A síntese do gás TFE tem como reagente o fluorspar, hydrofluoric acid, e o clorofórmio, e ocorre numa gama de temperaturas elevada (590 a 900ºC). O gás é purificado por destilação.
- Polimerização por Suspensão
2. A reação de polimerização ocorre em meio aquoso contendo o iniciador da reação, e começa com a alimentação de TFE no estado líquido ao reactor. À medida que a polimerização ocorre, grãos sólidos começam a flutuar na água, o que motiva a agitação mecânica intensa do reactor. Controlos automáticos interrompem a reação assim que um peso pré-determinado é atingido no reactor. O reactor é então drenado de água, deixando uma paste de PTFE.
3. O PFTE é seco e moído, transformando-se num pó. Este pó sofre depois aglomeração, transformando-se em pellets. A aglomeração é conseguida, entre outras formas, pela mistura de PFTE com um solvente como acetona, e depois misturado.
4. Os pellets de PFTE são sujeitos a um processo de extrusão que tipicamente lhes confere a forma de biletes: cilindros de PTFE com cerca de 1,5m de altura.
5. Os biletes de PFTE são sujeitos a tratamento térmico durante várias horas, até atingirem gradualmente 360ºC, valor acima do ponto de fusão deste material. Depois de arrefeidos, os biletes estão prontos para comercialização.
- Polimerização por Dispersão
2. A reação de polimerização é idêntica, mas a agitação mecânica é mais suave, concentrando-se numa camada. Esta camada é depois filtrada, conduzindo a uma dispersão de aspecto leitoso rica em PTFE. Esta forma é mais útil para aplicações como acabamentos e coberturas.
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Fonte: MadeHow