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Sobre trechos do livro Capitalismo Natural

Não se tratando de um livro cujo tema se esgota exclusivamente no universo da engenharia química, Capitalismo Natural, da autoria dos norte-americanos Paul Hawken, Amory Lovins e L. Hunter Lovins, é um livro que apregoa a “Próxima Revolução Industrial”, algo que certamente é do interesse dos engenheiros químicos.
Aproveito para partilhar alguns trechos desta obra, que espero que sirvam de incentivo à leitura deste livro tão interessante.
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A INDÚSTRIA AUTOMÓVEL E O CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NOS VEÍCULOS
O carro actual custa, por quilo, menos que um sanduíche do McDonald’s.

Depois de um século de engenharia, é constrangedora a ineficiência do veículo contemporâneo: pelo menos 80% da energia do combustível que ele consome se perde, principalmente no calor e exaustão do motor, de modo que, actualmente, no máximo 20% são utilizados para que as rodas girem. Levando-se em conta os pesos proporcionais, 95% da força resultante servem para pôr o carro em movimento, sendo que apenas 5% deslocam o motorista. Ora 5% de 20% é 1%: não chega a representar um resultado gratificante para os automóveis americanos que queimam o próprio peso em gasolina.

Os compósitos e outros produtos sintéticos moldados, ao contrário, saem do molde já prontos e acabados. Mesmo as unidades muito grandes e complexas podem ser moldadas em uma peça única. A carroceria de um automóvel compósito só precisa ter de 5 a 20 partes, ao passo que a de aço reúne de 200 a 400. Cada uma dessa centenas de peças de aço precisa de uma média de 4 máquina operatrizes de aço, cada qual ao preço médio de 1 milhão de dólares.
A pintura – a etapa mais custosa, difícil e poluente da fabricação de automóveis, que responde por 1/4  ou até 50%  do custo final das partes pintadas da carroceria – pode ser eliminada pela tinta aplicada no próprio molde. Juntas, essas características têm tudo para tornar os automóveis de fibra de carbono mais competitivos que os de aço.

As células de combustível são capazes de trasnformar de 50 a mais de 70% da energia do hidrogénio em electricidade altamente confiável e de óptima qualidade, sendo que o resto é água quente a 77ºC: temperatura ideal para as tarefas de aquecer, gelar e desumidificar.
À diferença da gasolina derramada, o hidrogénio que porventura escapar não fará senão dissipar-se: ele é muito leve e se dispersa rapidamente. Embora se inflame com facilidade, a ignição exige uma mistura quatro vezes mais rica, no ar, que os vapores de gasolina. Para fazer o hidrogénio explodir é necessária uma mistura 18 vezes mais rica e, à parte disso, uma geometria extraordinária.

Fonte: Capitalismo Natural, de P.Hawken, A. Lovins, L.H. Lovins