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Sobre o gás de xisto e o renascimento da indústria dos EUA




Nos EUA vive-se um clima de entusiasmo em torno da recente possibilidade de se passar a extrair e utilizar gás de xisto (shale gas) em grande escala na indústria do país. Uma vez que 1/3 das reservas de gás natural do país resultam do gás de xisto,  há quem considere esta possibilidade o mais importante desenvolvimento energético norte-americano dos últimos 50 anos, que conduzirá ao renascimento industrial do país, em especial de estados altamente industrializados como Louisiana.

Segundo um relatório do American Chemistry Council, o abastecimento de gás de xisto poderá gerar mais de 35 mil postos de trabalho no Louisiana, provocando um aumento de exportações e, consequentemente, ao crescimento económico da região.

A indústria química norte-americana consome gás natural não apenas para gerar calor e electricidade, mas também como matéria-prima em inúmeros processos. O estabelecimento de uma rede de abastecimento de gás de xisto poderá implicar um investimento de cerca de 5,4 mil milhões de dólares no estado do Louisiana, incluindo expansões de plantas industriais existentes e reactivação de unidades cuja actividade havia sido interrompida.

Estimativas indicam que tais investimentos poderão conduzir a mais-valias industriais na ordem de 19,2 mil milhões de dólares e receitas fiscais de quase 400 milhões.





Em 2010 as exportações norte-americanas aumentaram 15%,  tranformando uma balança desforável (em cerca de 140 milhões de dólares) verificada em 2008, num superavit cifrado em 4,6 mil milhões.


O crescimento das exportações da indústria química dos EUA, do investimento e do número de postos de trabalho devido ao gás de xisto, contrasta com a realidade verificada nos últimos anos. Entre 1999 e 2005 o preço do gás natural quadruplicou nos EUA e isso reduziu o número de postos de trabalho do país em cerca de 5,5 milhões. Destes, 140 mil foram directamente no universo da indústria química.

O gás de xisto poderá inverter esta tendência negativa, reconduzindo a indústria petroquímica norte-americana ao investimento e crescimento.
 
Fonte: The Sacramento Bee