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Sobre o tório e a tecnologia do nuclear


Analisando o tema, parecem existir três tipos de discussão em torno da energia nuclear: uma técnica, uma política e uma económica.


A discussão política é aquela que tem vindo a fazer com que alguns países encerrem as suas centrais nucleares e abandonem esta tecnologia por força de pressões da sociedade, a qual é particularmente sensível aos riscos da radioactividade e à magnitudade dos "acidentes" nucleares.


A discussão de natureza económica é altamente desfavorável às soluções tecnológicas existentes, visto que existem alternativas à actual tecnologia nuclear que são não apenas mais seguras como também substancialmente mais baratas. Estas significariam para a indústria nuclear um começar do zero, o que naturalmente não é aliciante em termos económicos. Além disso, dado que os lucros da actual indústria nuclear provêm principalmente da preparação dos elementos combustíveis, que são bastante caros, não existe interesse comercial em mudar para uma tecnologia mais barata que atenue os lucros nesse domínio.


Já a discusão de natureza técnica, beneficiou da digitalização e partilha na internet, em 2006, de artigos científicos das décadas de 60 e 70. que introduziam o tório na equação da energia nuclear.


A DISCUSSÃO TÉCNICA

O tório é um elemento da tabela periódica com número atómico 90 e símbolo Th, que existe naturalmente na crosta terrestre numa forma ligeiramente radioactiva (poderia ser transportado num bolso sem grande perigo).


Aquando do auge do desenvolvimento da tecnologia nuclear, o mundo encontrava-se às portas da 2ª Guerra Mundial de modo que os desenvolvimentos neste ramo científico foram fortemente influenciados pelas necessidades bélicas dos países.


Neste contexto, o urânio tinha um potencial uso como arma nuclear enquanto que o tório não. Este facto perturbou toda a concorrência entre as alternativas urânio/tório, levando mesmo a que os apologistas da tecnologia à base de tório fossem afastados, por falta de financeamento e apoio, da discussão em torno do nuclear.


"É possível hoje em dia tirar-se um curso superior em engenharia nuclear seguido de um doutoramento (PhD) e nunca aprender ou ter conhecimento desta tecnologia." - diz-nos um dos palestrantes do vídeo abaixo, em defesa da alternativa à base de tório.


A tecnologia do tório é completamente distinta da tecnologia vigente no domínio da energia nuclear.
Os reactores nucleares à base de tório, funcionam à base de sais de tório. Estes garantem uma maior estabilidade química, pois podem atingir temperaturas bastante elevadas e não requerem altas pressões.


O reactor nuclear a sal tem como vantagem um mecanismo de controlo que se baseia na expansão do sal com a temperatura (diminuição de densidade), a qual retarda a reação nuclear, tornando-a mais lenta. Como a reacção é exotérmica, com o abrandamento da mesma a temperatura desce, o sal fica mais denso e a reacção acelera.

Segue-se uma tabela comparativa da tecnologia nuclear baseada em urânio relativamente à combinação de urânio com tório ou ao uso exclusivo de sais de tório.



Fonte: WellHome




Video que resume a discussão do tema do nuclear na perspectiva do Tório




Nota: para ver o vídeo com legendas em português, clique em play, e depois clique na seta no canto inferior direito e active as legendas na opção “CC”