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Sobre corantes naturais que caíram em desuso

Num post prévio intitulado Sobre a Engenharia Química e a Indústria Têxtil, pode-se ler:
“Relativamente àquilo a que se poderá entender por tinturaria, sabe-se que o primeiro corante sintético foi obtido acidentalmente em 1856, numa altura em que estes produtos eram raros e escassos por resultaren de receitas artesanais (ver foto abaixo com exemplo verídico). A revolução vivida neste domínio pode ser percebida se considerarmos que em 1972 apenas meia dúzia dos 3500 corantes comercializados eram naturais. Os restantes surgiram da síntese experimental a partir dos milhões de compostos orgânicos coloridos identificados.”
Concentrando a atenção precisamente nos corantes naturais e nas suas receitas artesanais, encontrei uma infografia que lista um conjunto de cores que caíram em desuso ou por serem tóxicas, ou por serem difíceis de produzir, ou por perderem facilmente efeito ou simplesmente porque detalhes da receita se perderam no tempo.



Breve tradução da infografia:
Preto marfim: Este azul-preto escuro era obtido a partir dos resíduos da queima de marfim. Com o "fim" do marfim resultou o fim deste pigmento.
Caput Mortuum: pigmento acastanhado feito a partir  das múmias egípcias e cujo nome quer dizer "restos sem valor";
Vermilion: Corresponde à cor do sulfureto de mercúrio II, que é um minério também conhecido por cinabre, de cor avermelhada e que soma a isso o facto de ser raro, instável e tóxico;
Corante vermelho #3 (Red Dye 3#): pigmento relativamente recente usado nas indústrias alimentar e cosmética que foi banido pelo governo americano por ser carcinogénico;
Realgar: Na antiguidade este corante chegou a ser a única fonte do tom cor de laranja. Trata-se de sulfureto de arsénio III e é altamente tóxico;
Amarelo indiano: Diz-se deste pigmento ser supostamente feito a partir de urina de vacas que apenas se alimentavam de folhas de mangueira. Acresce a isso ter desaparecido devido ao efeito negativo provocado nos animais.
Branco chumbo: Corante de carbonato de chumbo básico também ele tóxico.
Verdigris: Um translúcido moderado de cor verde azulado, também ele tóxico, que na sua essência é acetato de chumbo.
Azul Chartres: Este corante azul usado para dar colorir vitrais, como os da Catedral de Chartres em França, caiu em desuso pela dificuldade na sua produção;
Smalt: Corante resultante da mistura de vidro moído e cobalto, cuja produção era complexa e cujo efeito de coloração era temporário.