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Sobre a urina como fonte comercial de ureia e amónia no período pré-industrial




Antes da revolução industrial, do surgimento da química moderna e da engenharia química, abundava uma visão muito mais utilitarista dos produtos naturais existentes, de que é exemplo o uso dos resíduos fecais humanos ou animais como fertilizantes na agricultura, como de resto ainda é prática presente, embora com menor expressão.

Neste sentido, também a urina foi ao longo da história aproveitada para diferentes funções, tendo uma importância de tal modo relevante que os romanos comercializavam a urina recolhida nos lavabos públicos, tendo inclusivamente uma fiscalidade específica para este tipo de atividade comercial.

Aplicações da urina na antiguidade:

1. tratamento do couro - Na ausência de possibilidade de sintetizar ureia sintética, a urina foi durante anos uma fonte deste sal. Quando armazenada durate longos períodos, a ureia degenera em amónia, uma base fraca. A sua aplicação a peles e couros era portanto muito útil no ãmbito da preparação de curtumes.

2. substituto do sabão - a amónia é um produto central na formulação de muitos produtos de limpeza, uma vez que neutraliza sujidades e gordura. Pelo referido processo em a ureia da urina degenera em amónia, a urina foi usada durante o período anterior à invenção do sabão como agente de remoção de nódoas dos tecidos. Os romanos possuiam lavandarias onde a roupa suja era lavada com soluções diluídas de urina.

lavandaria romana


3. intensificador de cores - A amónia que a urina pode fornecer é um bom "mordente" (composto que forma complexos que aprisiona os corantes e lhes potencia a cor). As moléculas de amónia forma uma rede em torno dos compostos cromóforos, ajudando à intensidade das cores e à sua retenção nos tecidos.

Fonte: Smithsonian