"É o sector mais importante da fileira florestal e aquele que mais apelo faz aos processos químicos, tendo apresentado uma contínua capacidade de crescimento mundial, com o consumo de papel triplicando nos últimos 30 anos e estando previsto duplicar novamente até ao fim da primeira década do terceiro milénio.
[A indústria de pasta e papel] Está colocada, mundialmente, entre as dez primeiras indústrias de transformação, representando 2.5% da produção industrial e mais de 3% do comércio mundial.
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Portugal, apesar da sua reduzida dimensão geográfica, tem um significativo posicionamento internacional neste sector, principalmente na celulose onde, em 1998, foi o 16º produtor mundial e o 7º produtor europeu. No papel, ocupou a 30ª posição mundial e a 15ª posição europeia.
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Das espécies florestais mais difundidas no país, têm apenas aptidão para serem utilizadas como matéria prima da indústria papeleira, o pinho e o eucalipto, com especial destaque para este último, representado pelo Eucalypus globulus, cuja pasta branca é considerada a melhor do mundo para o fabrico de uma vasta gama de papéis, com particular destaque para os de escrita e impressão e para os tissue.
É um título de honra para a engenharia portuguesa o facto de ter sido em Portugal, na década de 50, e com o exclusivo contributo de engenheiros portugueses, que foram investigadas, concretizadas, consolidadas e desenvolvidas as condições processuais que fizeram das pastas de eucalipto, o sucesso mundial que é actualmente reconhecido.
Este sucesso foi o motor do desenvolvimento da indústria, com sucessivos aumentos de capacidade instalada e fortes pressões sobre a procura de matéria prima, com a correspondente inflação de preços da madeira de eucalipto, que se transformou numa das mais caras a nível mundial, desgastando a competitividade da indústria portuguesa."
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