Num artigo de
opinião intitulado "The Environmental Paradox for Savvy Refiners"
("O paradoxo ambiental para refinadores experientes", Process Pro
Eric (nome de código que preserva o anonimato do autor) reflete em primeira
pessoa as questões ambientais num contexto de refinação.
Para Eric, são duas
dimensões ambientais: aquela imposta pelos limites legais de funcionamento de
uma refinaria relativamente a emissões, prevenção de derrames, etc; e uma outra
que é garantir que o produto respeita o que a legislação estipula para a sua
composição, como por exemplo teores de enxofre ou benzeno na gasolina.
Eric confidencia
que nunca opta por otimizar o funcionamento na envolvência dos limites
estabelecidos pelas licenças legais de operação da refinaria, porque considera
que o risco transcende em muito os eventuais ganhos.
Contudo, Eric
afirma que a situação é diferente no que ao garantir o respeito pelas
especificações do produto diz respeito. Nesta matéria já considera apropriado otimizar
a operação de uma refinaria no limiar do incumprimento dos limites legais. Mais
à frente confirma que não é apologista de produtos fora das especificações
legais, mas diz haver aqui mais margem para otimizar porque os refinadores têm
a possibilidade de promover misturas e reprocessar os produtos antes destes saírem
das refinarias. Eric diz que se gastam milhões devido à otimização de
especificações da refinaria, residindo aqui o que afirma tratar-se de um
paradoxo.
Como exemplo,
fala dos 15 ppm de enxofre que a lei [americana] impõe à composição do diesel.
Desde que se respeite este valor, qualquer refinaria encontra-se dentro da lei.
Contudo, Eric levanta a questão: "então e se vos disser que a sua unidade
consegue produzir diesel com 10 ppm ou mesmo 5ppm?" Ele diz conseguir
reduzir em 70% o enxofre no diesel e que a única contrapartida disso é uma
redução de lucros da sua empresa. Pergunta Eric: "E se essa redução
custasse 1 milhão de dólares? E se custasse 5 ou 10 milhões?"
Perante esta
exposição, Eric informa que nunca trabalhou numa refinaria em que se tentasse
ficar muito abaixo dos valores da legislação só para garantir uma melhor
prestação ambiental, independentemente do maior ou menor custo associado a essa
redução.
Eric termina com
algumas outras questões, que no fundo sumariam o tema da sua exposição:
"Devem os reguladores definir as leis relativamente ao que é
adequado?" Deve o indivíduo que tem a seu cargo otimizar os ganhos da
empresa à custa da manipulação de variáveis de operação sentir-se mal por
simplesmente cumprir os limites legais quando poderia ir mais longe
ambientalmente?
A conclusão
pragmática é que, no dia-a-dia, Eric acaba a ter de considerar que operar dentro
dos limites da legislação é a condição suficiente para sentir que está a
cumprir o seu papel de acordo com o esperado.
Fonte: Refiner Link