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Sobre o impasse entre Petrobrás e Braskem sobre o preço do nafta, e suas repercussões



"A poucos dias do término do contrato, Petrobras e Braskem ainda não chegaram a um acordo sobre o reajuste do preço da nafta - insumo fornecido pela estatal que, segundo o cálculo de especialistas do mercado, sofreria um aumento entre 5 a 10% na renovação do acordo ao final deste mês. O impasse joga um balde água fria nas expectativas do setor de reduzir o custo com a matéria-prima. E pode ter sérios efeitos em toda cadeia produtiva da indústria química nacional e local, afetando, inclusive, o Polo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul, onde atua a Braskem.


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A proposta de reajuste no preço da nafta é uma nova opção estratégica da Petrobras para recuperar sua margem de lucro. Atualmente, a estatal importa 70% da nafta e produz 30%. Esses seriam destinados à produção de combustível pela estatal, enquanto o insumo comprado no exterior seria fornecido à Braskem, com repasse do custo da importação. Para Zuñeda, a estratégia não faz sentido, pois a Petrobras é uma das principais acionistas da Braskem, com 36% do capital total, e sempre foi incentivadora da petroquímica brasileira. O saldo de um possível desacordo entre as empresas poderá ser sentido na balança comercial da indústria química brasileira. O déficit do setor hoje é de US$ 30 bilhões. “Nosso déficit só não é maior por causa das petroquímicas, que fazem os produtos químicos de uso industrial. Elas são sempre superavitárias. O que nos deixa no negativo são outras indústrias, como a de fertilizantes, que temos que importar”, explica Zuñeda."

Fonte: Amanhã