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Sobre os produtos químicos que não foram alvo de testes de saúde e segurança, nos EUA, desde 1979




Um trabalho interessante da ewg, uma organização sem fins lucrativos e apartidária, que se dedica ao esclarecimento ambiental com vista à melhoria da qualidade de vida das pessoas, mostra que 89% dos produtos químicos produzidos ou importados pelos EUA (em quantidades acima de 11 mil toneladas), já eram conhecidos antes de 1979.

A data de 1979 tem aqui uma importância particular porque, nos EUA, significou a entrada em vigor do "Toxic Substances Control Act", uma legislação que visando regular a comercialização de produtos químicos nesse país.

Ao que parece, a legislação focava-se sobretudo nos compostos químicos lançados após 1979, exigindo-lhes relatórios e testes que pudessem registar e demonstrar os perigos associados (ou não) à sua utilização. Com isto ficaram de fora, à data, 62 mil compostos que, por já existirem, obtiveram dispensa (grandfathered).

Esta dispensa passou pela premissa de que haveria lugar, ao longo dos anos, a uma substituição progressiva dos químicos existentes por outros ditos novos, e que estes últimos já seriam abrangidos pela legislação.

Volvidos 36 anos, tal substituição pura e simplesmente não aconteceu. Houve mudanças efectivamente no consumo de uns compostos em detrimento de outros, mas sempre dentro do grupo dos 62 mil compostos isento da legislação de 1979.

Por este motivo, a US Environmental Protection Agency (EPA) não sujeitou, ao longo dos anos, muitos dos químicos que compõem a nossa realidade industrial ao escrutínio científico a que obriga os novos compostos a sujeitar-se.

Desde 1979, a EPA apenas conseguiu solicitar testes de segurança a cerca de 200 compostos do grupo dos 62 mil que estavam originalmente isentos de testes. Acrescente-se, porém, que alguns destes estão pendentes de conclusões há mais de uma década. É o caso do formaldeído, que se encontra em análise desde 1998, sem resultados definitivos ainda.

Fonte: ewg