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Sobre o impacto das represas das barragens (hidroelétricas) na emissão anual de CO2: um (novo) poluidor mundial equivalente ao Canadá




O acordo de Paris, assinado por 192 países, visa estabelecer metas de redução da emissão de dióxido de carbono a partir de 2020, com vista a procurar que aumento da temperatura média global fique 2°C abaixo dos níveis pré-industriais.

Tendo contado com as assinaturas de nações importantes nesta matéria como os EUA e a China (a Rússia ficou de fora), o seu sucesso é agora ameaçado pela perspetiva de que existem mais gases com efeito de estufa a ser enviados para a atmosfera do que inicialmente pensado, e que a aposta na energia hidroelétrica pode acarretar um incremento muito significativo na emissão de gases para atmosfera.

A questão prende-se com o facto de que as represas criadas pelas barragens são também elas potenciadoras de gases de efeito de estufa, estimando-se que emitam, anualmente e no mundo todo, 1 giga tonelada de dióxido de carbono para atmosfera. Nada mais nada menos do que 1.3% de total de gases de efeito de estufa produzidos por humanos, ou, noutro termos, uma quantidade de dióxido de carbono que ultrapassa a que o Canadá emite anualmente.

Caso esta contabilização passe a constar das métricas das emissões de cada país, nações cujo perfil de energético assente em grande medida na energia hidroelétrica, tal como o Brasil ou o Canadá, poderáão ver as suas contribuições serem atualizadas em até 7%, dificultando o cumprimento das metas do referido acordo.


Um dos responsáveis por este tema é o investigador Vincent St. Louis, da Universidade de Alberta (Canadá) que, desde 2000, já investigou mais de 250 represas de barragem em em todo o mundo. Sabe-se, por exemplo, o metano é responsável por cerca de 79% destas emissões, seguido pelo CO2 com 17%, e o N2O com 4%.

A conclusão a retirar deste assunto não é que a energia hidroelétrica deva deixar de ser interessante como alternativa sustentável mas, sobretudo, que os projetos de construção de barragens satisfaçam critérios de localização (nutrientes, etc) que minimizem a chance de nos seus lagos haver proliferação de algas e de emissões significativas de metano e outros gases. Tal não foi tido em contra, por exemplo, na barragem de 9 mil milhões de dólares que o Canadá está a construir em British Columbia sob o pretexto de que proporcionará energia verde.

Fonte: ChEnected