Bobines de fio tingido com recurso
a CO₂ supercrítico
O uso de solventes é vital para a maioria das indústrias produtivas ou transformadores, sejam elas desde logo a química, mas também a automóvel, eletrónica, pasta e papel, mineração e alimentar. A água é um solvente universal para as moléculas polares e o solvente mais comum utilizado pelos seres vivos e processos industriais, dos quais a indústria têxtil é um consumidor por excelência. O processo de tingimento aquoso tradicional requer uma grande quantidade de água, estimando-se em média 100-150 litros de água por cada kg de fibra produzida/processada.
Especificamente, nos processos de tingimento de têxteis tradicionais grandes quantidade de corantes e outros produtos químicos são necessários, levandoa a que as águas residuais geradas contenham vários tipos de sais, tensoactivos e corantes não utilizados. Devido à presença destes aditivos, os respetivos efluentes são de alta toxicidade e fraca biodegradabilidade, não podendo ser tratados com métodos convencionais de tratamento biológico.
Uma alternativa que vem sendo investigada neste domínio consiste no tingimento de materiais têxteis utilizando CO₂ em estado supercrítico (31,1 ° C, 73.8 bar), a qual foi introduzida pela primeira vez no campo têxtil em 1988, pelo investigador alemão E. Schollmeyer. O tingimento usando em CO₂ supercrítico apresenta como vantagens ser um processo mais ecológico, livre de consumo água e geração de efluentes, e um processo que conserva melhor a energia, proporcionando ganhos no total de emissões para atmosfera.
Fonte: Huanda Zheng, Juan Zhang, Jun Yan, Laijiu Zheng, An industrial scale multiple supercritical carbon dioxide apparatus and its eco-friendly dyeing production, Journal of CO2 Utilization, Volume 16, December 2016, 272–281
A empresa holandesa DyeCoo tem-se destacado no desenvolvimento e implementação da tecnologias de tingimento com CO₂ supercrítico, referindo que a atual procura internacional de tecidos tingidos com CO2 ultrapassou a oferta disponível. Empresas como as gigantes do têxtil desportivo Nike e Adidas já são clientes desta tecnologia, e revelam como a mesma implica um favorável compromisso entre a qualidade, o custo, a funcionalidade e a pegada ambiental.
Fonte: Huanda Zheng, Juan Zhang, Jun Yan, Laijiu Zheng, An industrial scale multiple supercritical carbon dioxide apparatus and its eco-friendly dyeing production, Journal of CO2 Utilization, Volume 16, December 2016, 272–281
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- A tecnologia da DyeCoo:
- Como funciona e parece na prática: