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Sobre a degradação de polímeros nas artes plásticas



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Desde a sua invenção no fim do século XIX, os plásticos têm sido utilizados por artistas e designers, e, à medida que os polímeros foram surgindo, a arte incorporou estes materiais no seu universo, tirando proveito das respectivas propriedades.

Contudo, quando comparados com materiais como o bronze ou a pedra, os plásticos são claramente mais vulneráveis à degradação. 

Para começar, quase todos os tipos de plásticos escurecem com o tempo. Depois, a presença combinada de água e oxigénio juntamente com flutuações de temperatura e luz provocam a ruptura dos polímeros que constituem o material plástico.  Finalmente, os aditivos com fins de proteção da radiação ou do calor começam também a abandonar as peças de plástico, modificando-lhes as propriedades.

Existem 4 tipos de plásticos particularmente sensíveis à degradação. Dois deles fazem parte dos primórdios da história dos plásticos: o acetato de celulose e o nitrato de celulose. O terceiro é um dos plásticos mais produzidos mundialmente, o cloreto de polivinil (PVC), e o quarto é a espuma de poliuretano, a qual devido à elevada porosidade é também  muito susceptível de degradação.


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Um dos principais desafios da preservação dos plásticos usados em obras de arte resulta das especificidades de cada tipo de polímero em termos de tratamento contra a degradação, a qual esbarra muitas vezes no desconhecimento da composição usado pelos artistas.

As equipas de conservação não têm outro recurso, muitas vezes, a não ser identificar os plásticos e aditivos pelo seu odor. Certos aditivos usados no PVC dão a este material o cheiro a “carro novo”, o acetato de celulose cheira a vinagre e o poliester tem um odor que lembra geleia de framboesa, canela e borracha queimada.

Alguns artistas já estão a ter em linha de conta aspectos químicos de conservação dos plásticos nos seus trabalhos, mas os cursos de arte não costumam alertar para esta tema por considerarem que é um assunto limitador da criatividade.

Enquanto isso, os cientistas que trabalham na conservação de obras de arte nos museus reúnem esforços para encontrar as melhores estratégias para a protecção das artes plásticas. Tudo para que os visitantes possam continuar a apreciar a arte polimérica nos próximos anos e séculos, como parte do património artístico da humanidade.

Fonte: Chemical & Engineering News