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Sobre uma antevisão do futuro da biotecnologia


Peter Brown, administrador da Euromarketing Tools, é autor de um artigo de opinião na revista Biorefining Magazine, no qual antevê a revolução que se avizinha no domínio da biotecnologia, fazendo, para isso, um paralelo deste paradigma com a vertiginosa explosão da informática ocorrida na década de 80.


Eis as principais ideias que extraí do seu artigo:
1. Ao se perspectivar o que aí vem no mundo dos biocombustíveis, faz sentido revisitar o mundo da alta tecnologia de 1983: o sistema operativo dominante era o CPM, a Apple era um pequeno fabricante de computadores e a IBM ostentava as vendas de sistemas de grande dimensão. No entanto, uma mudança estava para acontecer, podia-se senti-la no ar.

2. Estamos agora em 2012 e a falar de biotecnologia. Encontramo-nos numa situação semelhante à do digital de 1983. Deparamo-nos com um mar de possibilidades, onde praticamente tudo está por conquistar e em que os novos totós (nerds) são engenheiros químicos e mestres em biologia (e não engenheiros informáticos).

3. As tecnologias em causa são agora melhor compreendidas e a ciência que as fundamenta manteve-se inalterada nos últimos 20 anos, salvo ter-se tornado mais refinada e infinitamente mais flexível.


4. Num cenário estranhamente parecido com 1983, os avultados retornos financeiros começam a surgir. Empresas como a Solazyme, a LS9, a Amyris e outras estão a entrar com força e a crescer nas bolsas de valores, em simultâneo com que assinam protocolos de cooperação e entendimento com inúmeros parceiros empresariais importantes.


5. Aqueles tempos estão de volta mas desta vez inserem-se numa vasta rede internacional que inclui gigantes dos biocombustíveis como o Brasil e a China, assim como vários visionários dispostos a investir fortunas em microrganismos.

6. Se aceitarmos que o high-tech é o paradigma, aonde é que isto nos leva? A indústria da tecnologia ainda não percebeu o quão grande e o quão transformadora será. Neste preciso momento, o universo dos medicamentos, dos combustíveis, da cosmética, dos aditivos alimentares e derivados vive a sua própria revolução.


7. Consideremos o caso dos biocombustíveis: o bioetanol e o biodiesel existem há anos. Porém, temos assistido à explosão da produção dos mesmos a partir da cana-de-açúcar (Brasil), ervas (California), árvores (Reino Unido), entre outras centenas de possibilidades. O etanol multiplicou-se numa vasto conjunto de aditivos e outros químicos (como o biobutanol) que por sua vez entram em aplicações como os pneus, o asfalto e muitos outros.


8. Numa perspectiva prática, de como é que nos vai isto afectar no imediato? Estas áreas são equivalentes ao engenheiro informático de 1983. Tendo em conta que entre os mais ricos de hoje estão pessoas como Bill Gates, o falecido Steve Jobs e outros, antevê-se que as ciências da vida produzirão os "mais ricos" de amanhã. Estamos ainda a ver apenas a ponta do iceberg: o projecto do genoma humano está concluído e a engenharia genética é já um dado adquirido.


9. Esperemos que este paradigma de 2012 consiga cumprir as promessas de 1983, em que o microchip trouxe estabilidade mundo.

 
Fonte: Biorefining Magazine - Peter Brown