Na primeira aplicação fora da indústria, os zeólitos estão desde 2009 a ser incorporados na tecnologia das máquinas de lavar loiça por conduzirem a um aumento eficiência energética e de consumo de água destes electrodomésticos.
Antes de mais, os zeólitos são minerais (aluminosilicatos) de elevada porosidade. Devido à sua estrutura cristalina extremamente ordenada, as moléculas formam redes com póros de dimensões regulares e microscópicas. Isto confere aos zeólitos uma razão área superfícial por unidade de volume muito elevada. Costumam ser utilizados como peneiras moleculares (molecular sieves), capazes de remover compostos indesejados de correntes gasosas ou líquidas.
Porém, a grande mais valia da utilização dos zeólitos nas máquinas de lavar loiça decorre da possibilidade destes fixarem moléculas de água por adsorção. Sendo a adsorção exotérmica, o aquecimento dos zeólitos causa a libertação das moléculas de água adsorvidas. Como a adsorção é um fenómeno superficial e os zeólitos destacam-se nessa vertente, são capazes de reter até 40% do seu peso em moléculas de água.
A incorporação de zeólitos nas máquinas de lavar loiça dá-se pela inclusão de um reservatório contendo cerca de 1,15kg de zeólitos na porta da máquina. Durante a etapa de secagem, o ar húmido circula pelo reservatório de secagem levando a que os zeólitos adsorvam moléculas de água e libertem calor. Isto facilita duplamente a secagem, pois o ar fica mais seco e há calor a ser libertado naturalmente. Na etapa de lavagem seguinte (a temperatura mais alta), os zeólitos libertam as moléculas de água adsorvidas e ficam livres para a próxima etapa de secagem.
Esta tecnologia tem o carimbo da Bosch e da Siemens, em parceria, e prevê uma poupança de consumo de energia na ordem de 20% e uma poupança no consumo de água no valor de 10 litros por ciclo de lavagem.
Fonte: The Engineer