Quando no horizonte avistamos uma refinaria, é comum reparar-se na existência de "tochas"/chamas no topo de altas colunas. Em virtude do aparato visual, sobretudo quando anoitece, pode revelar-se misterioso e difícil aos olhos do cidadão comum, escrutinar qual o sentido de se manter aquela chama tão grande a arder durante tanto tempo e tão próximo de zonas onde se movimentam produtos inflamáveis.
Se, para o cidadão comum estas dúvidas são legítimas, será que para os engenheiros químicos também o são? Quantos engenheiros químicos sabem explicar para que servem as ditas chamas no topo do equipamento das refinarias? É para ajudar a responder a essas questões que o BEQ preparou esta publicação.
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Os sistemas de flare funcionam como mecanismos de segurança que garantem um escape para produtos da refinaria através da sua queima direta. Esta queima pode ocorrer no topo do equipamento em causa ou então no solo, sendo que se trata de uma processo controlado e monitorizado.
Várias são as situações que podem justificar a utilização do sistema de flares numa refinaria:
- Em caso de excesso de pressão no equipamento, funcionam como válvulas safety relief.
- A existência de anomalias na operação/produção podem levar à necessidade de usar o sistema de flares em alternativa à permanência dos produtos dentro do processo;
- Etapas de arranque e paragem da produção podem também justificar o uso de flares;
- Em casos em que a operação de um dado equipamento produza, indesejadamente, excesso de gás, as flares podem ser usadas como parte de uma rotina de queima que visa anular esse excesso de gás.
Uma vez que a queima incompleta de grandes quantidade de hidrocarbonetos pode originar emissões de compostos orgânicos voláteis, conduzir à difusão de odores e à produção de fumo, os sistemas de flares evoluíram no sentido de maximizar a queima completa dos gases alimentados. Para isto, é comum encontrar pulverizadores de vapor ("spargers") nos queimadores, os quais podem dotar as flares de eficiências até 98%.
Fonte: Clean Air + Exxon Mobil