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Sobre um novo biodetergente para derrames de petróleo, criado por estudantes de eng. química de Pernambuco (Brasil)




Um grupo de estudantes e professora da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) criou um biodetergente capaz de remover substâncias derivadas do petróleo. O produto, fabricado a partir de resíduos industriais, pode ser usado, por exemplo, em acidentes ambientais causados por empresas petrolíferas. O estudo inovador foi o único vencedor do Nordeste no Prêmio Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável 2014, que será entregue em março do próximo ano.

A pesquisa, coordenada pela professor de engenharia ambiental da Unicap Leonie Asfora, foi realizada durante um ano. As universitárias Isabela Ferreira, 20, do sexto período de engenharia química, e Priscilla Correa, 23, do oitavo período do mesmo curso, participaram do desenvolvimento do biodetergente de baixo custo. Apenas cinco pesquisas, de 322 inscritas, desenvolvidas no país foram premiadas. Os vencedores recebem R$ 60 mil, sendo R$ 20 mil para as alunas, R$ 20 mil para a orientadora e R$ 20 mil para a instituição de ensino.

O trabalho premiado tem como objetivo solucionar os efeitos nocivos do derramamento de petróleo com métodos alternativos de remediação. “A utilização de biomoléculas produzidas por micro-organismos com propriedades de detergência é uma alternativa que respeita o meio ambiente”, explicou Leonie Asfora. Segundo ela, no estudo, um biossurfactante produzido pela levedura Candida sphaerica foi aplicado na remoção de um petroderivado em solo. A levedura foi cultivada em milhocina e resíduo de óleo de soja, tornando a produção do biossurfactante mais econômica. “O biodetergente mostrou-se bastante eficaz, com percentuais de remoção de óleo acima de 80%”, destacou.

Com a divulgação do trabalho, as pesquisadoras pretendem conseguir fazer com que o biodetergente seja utilizado. “Ser premiado nos dá uma visibilidade importante, pois, muitas vezes, as pesquisas ficam confinadas na academia. Esperamos ter acesso à iniciativa privada para que coloquem em prática as ideias que desenvolvemos na universidade”, ressaltou a professora.

Fonte: Diário de Pernambuco