A história da mineração em Cajati confunde‐se com a própria origem do município. O fosfato de Cajati (distante 230 km ao sul da Capital do Estado de São Paulo) ganhou evidência no início do século passado, quando foram descobertas jazidas minerais com base em pesquisas conduzidas por técnicos do Instituto Geográfico e Geológico de São Paulo. As pesquisas indicaram a presença de magnetita e apatita na área conhecida como Morro da Mina. Entretanto, a atividade minerária nessa região (embora não em Cajati) é bem mais antiga, a origem da ocupação do Vale do Ribeira está estreitamente relacionada à descoberta do ouro na primeira metade do século XVI ‐ especialmente o ouro de aluvião. A exploração desse minério favoreceu a formação de diversos povoados e “o rio Ribeira transformou‐se então em uma movimentada avenida fluvial transportando minérios e pequeno excedente agrícola para o litoral e de lá voltando às canoas com mercadorias diversas, novas gentes e notícias do ‘mundo’” (LINO, 1983). A descoberta de ouro em Minas Gerais contribuiu para o declínio da atividade minerária no Ribeira.
As primeiras atividades de lavra de apatita foram iniciadas na década de 1930, quando uma empresa ligada ao Grupo Moinho Santista requereu autorização para explorar as jazidas locais, com o direito de lavra sendo concedido em 1938. Nessa época o Grupo Moinho Santista adquiriu a empresa Cimento Róseo, que detinha a patente para produção do cimento pozolânico. Dois anos depois, foi fundada a Serrana S/A de Mineração (BRASIL MINERAL, 1984). Outro empresa do Grupo Bunge, a Quimbrasil, ficava responsável pelas operações "químicas".
A necessidade de mão‐de‐obra especializada obrigou a empresa a contratar funcionários provenientes de outras localidades e mesmo da capital paulista. A empresa construiu uma vila para abrigar esses trabalhadores, no entorno da qual acabou por se desenvolver um pequeno núcleo populacional, que recebeu o nome de Corrente.
Em 1974 (após o Prof. Paulo Abib Andery, durante os anos 1960, ter desenvolvido a flotação específica para beneficiar o concentrado a 35% de P2O5) foi inaugurado o Complexo Químico (H2SO4, H3PO4, MAP e TSP). A foto acima é da década de 1990, do Reator (já "revampeado" por Paul Smith em 1986).
Desde 2011 esse Complexo pertence à Vale Fertilizantes.
Fonte: Arquivos Pessoais e http://www.cetem.gov.br/palestras/recursos_minerais_sustentabilidade/grandes-minas-comunidades/07-mineracao-fosfato-cajati-sp.pdf
Autor: Roberto Cerqueira