- As Areias betuminosas de Athabasca
Apenas 20% da reserva de areias de betuminosas se situa à superfície, estando o restante enterrado a mais de 74 metros de profundidade. Neste última caso, a extração faz-se por via de injeção de água quente a qual liquefaz os hidrocarbonetos das areis e permita a sua bombagem para a superfície. No ano de 2010 foram produzidos 357 milhões de barris de petróleo neste local.
As imagens de satélite abaixo evidenciam o aspecto da região desde 1984 até 2011, onde é possível constatar um substancial alargamento da área de exploração desta local, com destaque para os lagos de resíduos contendo a areia extraída (já sem óleo) e a água residual usada no processo de extração. Note-se que este processo é dispendioso, já que é preciso extrair duas toneladas de areia para poder obter um barril de petróleo. Embora a primeira exploração deste local remonte a 1967, apenas a partir de 2000 se verificou uma aceleração da exploração deste local, devido ao encarecimento do petróleo nos mercados mundiais.
Pela sua especificidade, a extração de areias betuminosas é mais poluente do que outras formas de extração de petróleo, nomeadamente porque produz mais gases de efeito estufa, estimando-se que diferença se situe entre os 86-103 kg de CO2 (por esta via) contra 27-58 kg de CO2 usando métodos de extração mais convencionais. Por outro lado, a exploração das reserva de Athabasca já permitiu ao distrito de Alberta a recolha de mais de 3 mil milhões de dólares em impostos.
Fonte: Earth Observatory - Nasa
- Extração de hidrocarbonetos das areias e lamas betuminosas de Athabasca, usando dióxido de carbono supercrítico.
Em virtude dos desafios ambientais (emissões, e consumos de água e energia) inerentes ao método usado para realizar a extração das areias betuminosas de Athabasca, investigadores do Canadá publicaram recentemente uma alternativa de extração por via da utilização de dióxido de carbono supercrítico, o qual pode reduzir os custos de operação do processo e permite realizar uma extração mais selectiva das frações do petróleo de interesse, ao invés de fazer uma extração indiscriminada das frações de petróleo existentes nas areias betuminosas. Fonte: Journal of Supercritical Fluids 100 (2015) 146–154
- Viscosidade/temperatura no uso de produtos betuminosos
Foi notícia recentemente as elevadas temperaturas (45ºC) registadas na Índia, e os efeitos nefastos desta realidade para os cidadãos desse país.
Paralelamente foram colocadas a circular imagens do derretimento do asfalto (betume) em algumas estradas desse país, em virtude das referidas altas temperaturas.
Trata-se de uma observação "natural" que comunica directamente com a referida técnica "artificial" de extração de areias betuminosas por via da injeção de água quente. De facto, e como se mostra no gráfico abaixo, saltos de algumas dezenas de graus na temperatura conseguem fazer decrescer a viscosidade dos betumes em ordens de grande logarítmicas, trazendo estes materiais para estados viscosas mais próximos dos de xaropes e manteigas.
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