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Sobre o início da indústria de plásticos, e seus pioneiros sintéticos e naturais



"Uma das melhores prendas que a ciência pode dar à indústria é a de novos materiais. Durante a maior parte da história, os homens contentavam-se em utilizar os materiais naturais que encontravam: madeira, barros, e aquele metais que podiam facilmente ser extraídos dos seus minérios, por aquecimento. Estes materiais têm os seus defeitos: a madeira é inflamável, está sujeita ao apodrecimento e à absorção da humidade; os metais são pesados, conduzem calor e a electricidade e têm muitas outras qualidades que, se bem que admiráveis para certos fins, são nitidamente desvantajosas para outros.

Desde a guerra de 1914-1918, assistimos ao crescimento de uma grande indústria, baseada inteiramente em novos materiais que não foram “descobertos” pela ciência, mas sim “criados” por ela. Estas substâncias têm sido designadas por “plásticos”, nome que talvez não seja muito correcto, dado que a sua características principal é que, uma vez acabadas, raramente  são plásticas. Por vezes, os americanos chamam a estes materiais “resinoides” ou “resinas sintéticas”. A maioria das pessoas está familiarizada com um certo número de “resinas naturais, sobretudo a goma-laca, e muitas das resinas sintéticas são produtos semelhantes em aparência e textura, mas possuem muitas qualidades desejáveis, tal como a resistência ao calor, que faltam ao produto natural.

Estas resinas sintéticas são autênticos produtos de laboratório. A sua história é mais antiga do que a maioria das pessoas julga. Na verdade, o primeiro plástico a aparecer o celuloide, preparado há quase oitenta anos, por síntese do algodão-pólvora com a cânfora. Dez anos mais tarde, produziu-se um plástico melhor a partir do acetato de celulose e, antes do fim do século passado, um outro plástico tinha sido obtido à base de ureia e aldeído fórmico. Mas só em 1907, quando o Dr. Backeland, brilhante químico belga que trabalhava nos Estados Unidos, produziu uma resina sintética chamada baquelite, se fundou esta moderna indústria. Mesmo assim, pouco se desenvolveu até depois da guerra de 1914-1918. Em 1922 a produção mundial de plásticos era de cerca de sete mil toneladas. Três anos mais tarde, a produção duplicava."

Fonte: A Ciência ao Serviço da Indústria - A.M.Low (Livro)