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Sobre a síntese química como a alma da indústria, e a confusão em torno do qualificativo "sintético"




"Síntese é uma palavra a que nos nossos dias damos frequentes vezes um emprego descabido.

Falamos de emoções "sintéticas", e ainda de "beleza sintética" quando, de facto, o adjetivo que deveríamos usar é "artificial". Talvez que, porém, a frequência com que utilizamos a palavra, seja indicação da sua extraordinária importância nossas vidas. A Síntese tornou-se rapidamente a alma da química industrial, e está-lhe certamente destinado um lugar mais importante no futuro próximo-

Que significa a palavra "sintético" quando aplicada a um material? Ela implica que o produto foi produzido a partir de substâncias simples e não obtido por extração de uma fonte natural. O quinino, por exemplo, que a moderna medicina considera quase indispensável, pode ser obtido quer por utilização da substância natural - a quina - quer reconstituindo a sua complicada molécula, no Laboratório, a partir de substâncias mais simples.

É importante lembrar que a substância resultante é precisamente a mesma em ambos os casos e assim é erróneo aplicar o adjetivo "sintético" num sentido depreciativo. O quinino natural e o quinino sintético, são virtualmente a mesma molécula. 


Síntese química do quinino


Num caso, a Natureza realizou uma síntese por por intermédio de um longo e complicado processo, usando a terra , o ar, e o sol para trabalhar os materiais. No outro, a síntese foi realizada num espaço de tempo muito mais curto no Laboratório. Se ambas as substâncias forem puras, é impossível distingui-las por análise química."

Fonte: A Ciência ao Serviço da Indústria - A.M.Low (Livro)