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Sobre o erro que é sofrer de quimiofobia e o impulso social e cognitivo possibilitado pela revolução industrial, segundo Hans Rosling (autor do livro Factfulness)




"Desconfiemos dos exemplos excecionais usados para realçar um aspeto em relação a um grupo inteiro. A quimiofobia, o medo dos químicos, é fomentada por generalizações de alguns exemplos impressionantes mas excecionais de substâncias prejudiciais. Há algumas pessoas com medo de todos os «químicos». Mas lembremos que tudo é feito de químicos, todas as coisas «naturais» e todos os produtos industriais. Eis alguns dos meus favoritos, com os quais eu não gostaria de deixar de viver: sabão, cimento, plástico, detergente, papel higiénico e antibióticos. Se alguém nos oferecer um único exemplo e quiser retirar conclusões acerca de um grupo, devemos pedir mais exemplos. Ou dê-se a volta à questão: isto é, perguntemos se um exemplo oposto permitiria à pessoa retirar a conclusão oposta. Se não tem problemas em concluir que todos os químicos são inseguros por causa de um único químico inseguro, estariam preparados para concluir que todos os químicos são seguros por causa de um químico que é seguro? "

Fonte: H. Rosling, A.R. Rönnlund, e Ola Rosling, Factfulness - Dez razões pelas quais estamos errados acerca do mundo – e porque as coisas estão melhor do que pensamos (Livro)

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"A Revolução Industrial salvou milhares de milhões de vidas não por ter produzido melhores dirigentes, mas por ter produzido coisas como detergentes químicos que podiam ser usados em máquinas de lavar a roupa.

Eu tinha 4 anos quando vi a minha mãe carregar uma máquina de lavar roupa pela primeira vez. (...) A minha avó, que sempre fora convidada para a inauguração, estava ainda mais entusiasmada. Durante toda a sua vida, aquecera a água na lareira e lavara a roupa à mão. Agora, ia ver a eletricidade a fazer esse trabalho. Estava tão entusiasmada que se sentou numa cadeira à frente da máquina durante o todo o ciclo de lavagem, hipnotizada. Para ela, a máquina era um milagre.

E também foi um milagre para a minha mãe e para mim. Era uma máquina mágica. Porque nesse mesmo dia ela disse-me: «Agora, Hans, já carregámos a roupa. A máquina irá fazer o trabalho. Portanto, agora podemos ir à biblioteca.» Entrou a roupa, saíram livros. Obrigado, industrialização, obrigado, fábrica de aço, obrigado central elétrica, obrigado, indústria de processamento químico, por nos darem tempo para ler livros.

Hoje, dois mil milhões de pessoas têm dinheiro suficiente para usar uma máquina de lavar roupa e tempo suficiente para que as mães leiam livros - porque são quase sempre as mães que lavam a roupa."

Fonte: H. Rosling, A.R. Rönnlund, e Ola Rosling, Factfulness - Dez razões pelas quais estamos errados acerca do mundo – e porque as coisas estão melhor do que pensamos (Livro)

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