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Sobre as máscaras cirúrgicas e a sua utilização para conter epidemias víricas, e os solventes conhecidos para a inativação de vírus

Composição de uma máscara cirúrgica. 

O material típico usado para fabricar máscaras cirúrgicas é o polipropileno com gramagem de 20 g / m², feitas com tecnologia spunbond ou através de folhas não-tecidas de polipropileno de 25 g / m² fabricada com tecnologia por meltblown. As máscaras cirúrgicas são feitas em tamanhos diferentes, nomeadamente 17,5 X 9,5 cm para adulto, 14,5 X 9,5 cm para uso infantil e 12 X 7 cm para bebés.

A maioria das máscaras cirúrgicas são feitas por de forma não tecida tendo em vista a eliminação após utilização. Esta abordagem é mais barata do que usando tecelagem ou tricotada, e para a maioria dos fabricantes implica o recurso à tecnologia SMS (Spunbond Meltblown Spunbond).

As máscaras cirúrgicas mais eficazes fornecem 85% ou mesmo 99% de proteção, e são necessárias para evitar a propagação de doenças transmissíveis. O alto grau de eficiência de filtração é obtido com uma fina camada de filtro de fibras têxteis coberta de ambos os lados com camadas não tecidas colados. 



A espessura das fibras pode ir de valores abaixo de 1 até 10 µm, e além deste parâmetro a eficiência de filtração das máscaras cirúrgicas depende também do método de fabricação, da estrutura de trama, a forma da seção transversal da fibra e mutação do seu comportamento (McCarthy, 2011). 

As máscaras cirúrgicas são geralmente compostas por três ou quatro camadas, geralmente com dois filtros que filtram o material, com 1 µm de tamanho. Por isso, aprisionam bactérias desse tamanho ou maiores. Máscaras faciais deste tipo podem fornecer proteção contra bactérias por um período
mínimo de 4 h (Lipp e Edwards, 2002). 

A tecnologia não tecida garante melhores propriedades de barreira do que algodão, poliéster ou até
produtos tecidos mais avançados. Além disso, descartáveis não tecidos (máscaras cirúrgicas, aventais, cortinas etc.) são esterilizados, embalados, abertos, usados e depois descartados. Portanto, há menos risco de contaminação após o uso de tecidos descartáveis do que produtos reutilizáveis tecidos ou tricotados. 
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Fonte: K.P.Chellamani, D. Veerasubramanian, R.S.V. Balaji, Surgical Face Masks: Manufacturing Methods and Classification, Journal of Academia and Industrial Research, 2(6), 2013.

Estrutura do Corona vírus.

Máscaras cirúrgias e a contenção do Corona vírus (COVID-19):

Com as informações atuais disponíveis, sugere-se que a via de transmissão humano a humano do COVID-19 é através de gotículas respiratórias ou contacto direto. Qualquer pessoa que esteja em contacto próximo (dentro de 1 metro) com alguém que tenha sintomas respiratórios (por exemplo, espirros, tosse, etc.) fica em risco de ser exposta a gotículas respiratórias potencialmente infecciosas.

Usar uma máscara médica (cirúrgica) é uma das medidas de prevenção para limitar a disseminação de certas doenças respiratórias, incluindo o COVID-19 nas áreas afetadas. No entanto, o uso de uma máscara isoladamente é insuficiente para fornecer o nível adequado de proteção e outras medidas igualmente relevantes devem ser adotadas. Se forem usadas máscaras, essa medida deve ser combinada com a higiene das mãos e outras medidas para impedir a transmissão entre humanos do COVID-19.

(...) O uso de máscaras médicas quando não indicado pode causar custos desnecessários, desgaste com a prospeção do produto e criar uma falsa sensação de segurança que pode levar à negligência de outras medidas essenciais, como práticas de higiene das mãos. Além disso, o uso incorreto de uma máscara pode prejudicar sua eficácia para reduzir o risco de transmissão.

Realize a higiene das mãos com freqüência, esfregando as mãos com álcool se as mãos não estiverem visivelmente sujas ou com água e sabão quando as mãos estiverem visivelmente sujas;
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Desinfetante para as mãos à base de álcool.

Os solventes orgânicos e a inativação de vírus:

O etanol a 80% é altamente eficaz contra todos os 21 vírus envelopados testados em 30 s. O norovírus murino e o adenovírus tipo 5 geralmente são inativados pelo etanol entre 70% e 90% em 30 s, enquanto o poliovírus tipo 1 era frequentemente muito resistente, exceto contra etanol a 95% (todos os vírus de teste da EN 14476). É improvável que o etanol a 80% seja suficientemente eficaz contra o poliovírus, o calicivírus (FCV), o poliomavírus, o vírus da hepatite A (HAV) e o vírus da febre aftosa (FMDV). O espectro da atividade virucida do etanol a 95%, no entanto, cobre a maioria dos vírus clinicamente relevantes. Ácidos adicionais podem melhorar substancialmente a atividade virucida do etanol em concentrações mais baixas contra, por exemplo poliovírus, FCV, poliomavírus e FMDV, embora vírus selecionados como o HAV possam ainda ser muito resistentes.
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Fonte: G. Kampf, Efficacy of ethanol against viruses in hand disinfection, J Hosp Infect. 98(4), 2018, 331-338.

O formaldeído é um agente virucida e pode ser usado para inativar vírus em concentrações de 0.3% em solução (Dunham 1977, Wiedbrauk and Johnston 1993). De modo semelhant, gluteraldehyde é muito útil para esterilização a frio e uma solução com 2% de concentração é capaz de inativar a maior partes dos vírus em 10 minutos quando em solução tampão de bicarbonato de sódio a pH 7.5-8.5.

A beta-propiolactona é um agente virucida e tem sido usado na preparação de vacinas, tal como a vacina contra a raiva.
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Fonte: Hillar O. Kangro, Brian W.J. Mahy, Virology Methods Manual, Elsevier, 1996.