Os recentes aumentos dramáticos na Inteligência Artificial (IA) generativa, incluindo modelação de linguagem e geração de imagens, levaram a muitas questões sobre o possível efeito dessas tecnologias na economia. Os pesquisadores E. Felten (Princeton), M. Raj (Universidade da Pensilvânia) e R. Seamans (Universidade de Nova York) usaram uma metodologia desenvolvida recentemente para avaliar de forma sistemática que profissões estão mais expostas aos avanços na modelação de linguagem e capacidades de geração de imagens por sistemas de IA. De seguida, eles caracterizaram o perfil das profissões mais ou menos expostas com base nas características da ocupação.
(...) Para estudar o efeito da IA generativa nas profissões utilizaram a metodologia descrita em Felten et al. (2021) (9). Essa metodologia vincula dez aplicações de IA (por exemplo, geração de imagens, modelação de linguagem, jogos de estratégia abstratos, videogames em tempo real) a 52 habilidades humanas (por exemplo, compreensão oral, expressão oral, raciocínio indutivo, estabilidade braço-mão, etc.). As 52 habilidades são então vinculadas a mais de 800 profissões usando o banco de dados Occupational Information Network (O*NET) desenvolvido pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos. Para os fins deste trabalho, focaram nas aplicações de modelação de linguagem e geração de imagens e usaram o método para construir pontuações de exposição específicas para cada uma dessas duas aplicações a IA.
Fonte: E.W. Felten, M. Raj, R. Seamans, Occupational Heterogeneity in Exposure to Generative AI (2023).
Modelação de linguagem
A avaliação dos scores brutos sugere que a exposição ocupacional média à modelação de linguagem é maior do que à geração de imagens (o teste t de médias é significativo em p< 0,01). Isso sugere que, talvez sem surpresa, as habilidades mais expostas aos avanços na modelação de linguagem (ou seja, habilidades baseadas na comunicação e na linguagem) são mais comuns do que aquelas mais expostas aos avanços nas tecnologias de geração de imagens (ou seja, habilidades visuais ou espaciais).
Fonte: E.W. Felten, M. Raj, R. Seamans, Occupational Heterogeneity in Exposure to Generative AI (2023).
Compilando os resultados para a profissão de Engenharia Química e outras correlacionadas, verifica-se uma moderada exposição à modelação de linguagem, em linha com o que se espera que venha a ser o impacto em disciplinas como engenharia industrial ou engenharia ambiental. Ainda assim, o impacto será substancialmente superior àquele esperado para a profissão de químico, o que sugere ser a componente de engenharia da profissão de EQ aquela onde a IA mais pode impactar.
Por fim, as profissões de operadores de fábrica química, fábrica de gás, e refinarias pontuam abaixo da média, denotando um maior resiliência.
Geração de imagens por IA
Fonte: E.W. Felten, M. Raj, R. Seamans, Occupational Heterogeneity in Exposure to Generative AI (2023).
O que sabe sobre o impacto de IA em EQ
Fonte: Post Industria