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Sobre a valorização da casca de eucalipto, através da extração de compostos de alto valor acrescentado com CO2 supercrítico

Neste post apresento um artigo científico do qual sou autor, publicado na revista The Journal of Supercritical Fluids. Nele se apresentam resultados obtidos no âmbito do projecto europeu AFORE.

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O eucalipto é a principal fonte de fibras para a produção de pasta e papel no sudoeste europeu (Portugal e Espanha) e também na América do Sul (Brasil e Chile). Em Portugal, Eucalyptus globulus é a espécie dominante na indústria de pasta e papel.

Numa fábrica de pasta que consuma anualmente cerca de 500 000 toneladas de pasta branqueada, são geradas cerca de 100 000 toneladas de casca de eucalipto, que surge neste processo como um resíduo que é tipicamente queimado com vista a gerar calor para a produção de vapor.

A casca de E. globulus, sobretudo a externa, contém um famílias de compostos conhecidos por ácidos triterpénicos que são antioxidantes poderosos e possuem actividades antiinflamatória e anticancerígena, o que os torna valiosos sob o ponto de vista terapêutico (indústria farmacêutica).

Ácidos Triterpénicos encontrados na casca externa de E. globulus

Neste artigo, apresentam-se resultados relativos à extração de ácidos triterpénicos recorrendo à tecnologia verde de extração supercrítica com dióxido de carbono. Os resultados apresentados provêm de ensaios realizados à escala laboratorial a pressões entre 100 e 200 bar e temperaturas entre 40 e 60ºC.

É também apresentada uma comparação entre os resultados obtidos com recurso a esta tecnologia verde relativamente àqueles que se obtém quando um solvente convencional é utilizado (Extração Soxhlet).

Realizou-se ainda uma modelação dos resultados de cada ensaio, baseada na estimativa de solubilidade dos compostos em causa e na resistências à transferência de massa, que serviu para confirmar sob o ponto de vista teórico as tendências obtidas experimentalmente relativamente à extração de ácidos triterpénicos.