Praticamente todos em Portugal conhecem a Fundação Gulbenkian, uma instituição de utilidade pública que promove as artes, a caridade, a educação e a ciência. O que talvez seja menos conhecido é que a Fundação Gulbenkian tem uma relação com a engenharia química, por via de um vínculo umbilical à indústria do petróleo.
A Fundação Gulbenkian detém 100% da Partex Oil and Gas Group Companies, que é um grupo com inúmeras empresas afectas às actividades de exploração, desenvolvimento, produção e vendas de petróleo e gás natural.
Para se compreender esta ligação é preciso recuar um século, até 1920, e conhecer Calouste Gulbenkian, um empreendedor arménio que esteve por trás da criação da Turkish Petroleum Company, a qual viria a dar origem à Iraq Petroleum Company, sobre a qual Gulbenkian deteve uma participação de 5%. Esta participação viria a dar-lhe a alcunha de "Sr. 5 por cento", estando rodeado por empresas gigantes como a Shell, a BP e outras.
A excepcional capacidade de negociação de Gulbenkian valeu-lhe um posicionamento interessante relativamente ao que viria a ser o mercado de petróleo no Médio Oriente, por via do Emirados Árabes Unidos e do Sultanato do Omã. A título de exemplo refira-se a concessão detida por Gulbenkian (e sua fundação) desde 1939, com duração de 75 anos.
Ao longo da sua vida expandiu negócios para a Venezuela e México, e teve sempre apetência para as artes, mas também para a filantropia.
O fim de vida de Gulbenkian foi passado em Lisboa, onde morreu em 1955. Com a sua morte, os direitos petrolíferos e a reputada coleção de arte foram transferidos para a fundação criada com o seu nome, sediada em Lisboa.
Do ponto de vista nacional, este é um caso ímpar de mais-valias geradas em torno da indústria petrolífera estarem há anos a ser direta e exclusivamente canalizadas para a promoção das artes, da ciência, da caridade e educação.
Fonte: Partex Oil and Gas