Como já se deu nota no BEQ, enquanto disciplina oficial, a engª química terá surgido nas primeiras décadas do séc. XX. Estando esta área intimamente ligada à atividade industrial, importa verificar como se encontrava a indústria portuguesa no início do referido século.
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"Como verificámos, (...) o surto industrial dos anos 1880 foi notório, sobretudo, nas indústrias típicas da 1 ª Revolução Industrial, com destaque para as ligadas aos têxteis e à alimentação. Em meados dos anos 1890, aquelas continuavam a desempenhar um papel relevante.
Como se infere dos valores apresentados no Quadro 51 a indústria têxtil (algodoeira e dos lanifícios) e a dos curtumes (eminentemente associada ao calçado) concentravam 429 estabelecimentos e empregavam 23 502 operários, o que equivalia, respectivamente, a 45,7% e a 46,7% dos totais. Atendendo ao número de fábricas, salientavam-se ainda as conservas (76), a fundição de metais (74), a cortiça (70) e as faianças (64). (…) Entre os ramos industriais que, pelos finais do século XIX, se encontravam em franco progresso contavam-se a indústria vidreira e a dos tabacos.(…) A importância e o desenvolvimento destas indústrias viriam a acentuar-se nas décadas imediatas.
Assim, no caso do vidro destacou-se o aumento do número de fábricas, de 7, em 1896, para 31, em 1930. Estas distribuíam-se pelas 1ª (9 unidades), 2ª (10) e 3ª (12) circunscrições industriais, cujas sedes se localizavam no Porto, em Coimbra e Lisboa, respectivamente. Note-se, porém, que já então a Marinha Grande ocupava um lugar destacado no contexto cia produção vidreira nacional. "