No debate público em torno da adoção ou não do hidrogénio verde em Portugal, vale a pena consultar aquilo que veio público nesta matéria em países vizinhos e/ou de referência na União Europeia.
Espanha: a maior unidade de H₂ verde da Europa, e enfoque na eletrólise
Após a publicação do roteiro para H₂ em Espanha a 7 de outubro de 2020, o país irrompeu em novos anúncios de capacidade e financiamento do governo e de empresas privadas.
A Iberdrola lançou o que será a maior unidade de produção de H₂ verde para uso industrial na Europa. A unidade de Puertollano (Ciudad Real) será composta por uma central solar fotovoltaica de 100 MW, um sistema de bateria de iões de lítio com capacidade de armazenamento de 20 MWh e um dos maiores sistemas de produção de H₂ eletrolítico do mundo (20 MW). Tudo de fontes 100% renováveis. (...) A nova fábrica entrará em operação em 2021.
A aliança entre a Iberdrola e a Fertibéria visa colocar a Espanha na vanguarda do H₂ verde na Europa e torná-la numa referência tecnológica na produção e uso deste recurso, especialmente no campo da eletrólise.
Para isso, ambas as empresas lançaram um projeto abrangente que inclui o desenvolvimento de 800 MW de H₂ verde com um investimento de 1,8 mil milhões de euros até 2027.
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Fonte: Iberdrola
Alemanha: o H₂ por via eólica offshore, e a parceria com o Norte de África
O governo alemão adotou sua estratégia nacional para o H₂ a 10 de junho de 2020, com planos de aumentar a capacidade de produção para 5 GW até 2030 e 10 GW até 2040. Para isso, € 7 mil milhões serão investidos em novos negócios e investigação (.. .) Com este “salto quântico”, a Alemanha quer tornar-se líder mundial em tecnologias de H₂, acrescentou o ministro da economia alemão Peter Altmaier, que falava ao lado de três outros ministros. (....) A maior parte da energia necessária será fornecida por parques eólicos offshore. (...) “Quem diz sim ao H₂ também deve dizer sim à energia eólica. É por isso que devemos e iremos expandir consistentemente as energias renováveis ”, sublinhou a ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze.
Além disso, o governo alemão está a disponibilizar 2 mil milhões de euros para parcerias internacionais, por exemplo com o Norte de África, onde já celebrou vários acordos para participar em unidades de produção nesse país.
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Fonte: Euractiv
França: planos pouco objetivos, e enfoque no transporte marítimo e aviação
Quase um terço do pacote de recuperação de coronavírus de € 100 mil milhões da França será direcionado para políticas de energia mais verdes, isto à medida que o país aumenta os gastos com a produção de H₂.
(...) Cerca de 30 mil milhões de euros do plano serão gastos na “transição ecológica”, incluindo esforços para tornar os edifícios mais eficientes em energia e garantir que a França esteja na vanguarda do H₂ verde, observou o primeiro-ministro do país, Jean Castex. . (...) Com o consumo de energia representando quase 70% das emissões de gases de efeito estufa da França, o governo disse que o esquema deve ser uma oportunidade para o país liderar a produção de H₂ de baixo carbono.
Um total de 7 mil milhões de euros serão gastos até 2030 para desenvolver H₂ verde, incluindo o financiamento para projetos de investigação focados em soluções livres de carbono baseadas em H₂ para as indústrias marítima e de aviação.
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Fonte: PVTech
Holanda: aposta numa bolsa de mercado para H₂, e uma parceria com Portugal
O governo holandês está a planear criar uma bolsa de mercado para transação de H₂ para apoiar a sua transição energética. (...) “O relatório afirma que a Holanda tem uma boa posição inicial para a criação dessa bolsa de mercado”, disse o ministro Eric Wiebes. “Inicialmente, planeamos criar pontos de comércio locais, um sistema de garantias de [origem] e um índice de preços do H₂".
Segundo Wiebes, esses primeiros passos podem ser um catalisador na fase de construção do mercado e uma base para a otimização económica quando o mercado de H₂ atingir a maturidade. Um consórcio de partes holandesas estará envolvido na criação do mercado de H₂. “Esta iniciativa está de acordo com a ambição holandesa de se tornar um centro europeu de H₂”, acrescentou.
(...) No final de setembro de 2020, os ministros do governo português e holandês assinaram um memorando de entendimento para conectar seus respectivos planos de H₂ verde para 2030. Os dois governos pretendem ligar o projecto português de H₂ em Sines ao maior porto marítimo da Europa, em Roterdão, bem como desenvolver uma cadeia de valor de exportação-importação estratégica para assegurar a produção e transporte de H₂ verde para a Holanda e seu interior.
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Fonte: PVMagazine
Reino Unido: planos ainda não conhecidos, mas certeza no interese em H₂
Boris Johnson, primeiro-ministro, revelou a 16 de Novembro de 2020 que apresentará seus planos para uma "revolução industrial verde" e prometeu fazer uma "grande aposta" em tecnologias como o H₂, que está a emergir como uma área de interesse global à medida que os países adotam metas para interromper as emissões de carbono.
(...) Os ministros do Reino Unido prometeram responder “no início” do 2021, enquanto um documento há muito aguardado sobre energia, previsto para antes do Natal, também incluirá planos para o H₂. “O H₂ tem potencial para ser uma parte vital do futuro mix de energia com zero emissões do Reino Unido”, disse fonte do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial.
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Itália: planos ainda preliminares, mas H₂ já testado na rede de gás natural
Num documento preliminar denominado Diretrizes Preliminares da Estratégia Nacional de H₂, (...) o Ministério da Indústria diz que tem como meta investimentos no setor da ordem de 10 mil milhões de euros até 2030, com metade do valor vindo de fundos europeus e investimentos privados .
Para ajudar a impulsionar a produção de H₂ verde, cerca de 5 gigawatts de capacidade de eletrólise para produzir o gás a partir de água seriam introduzidos no período, disse o documento.
Este documento, uma vez publicado, tornar-se-á uma base para consulta antes que uma estratégia final para o hidrogênio seja aprovada, possivelmente no início do próximo ano.
O grupo italiano de gás Snam tem feito experiências com uma mistura de 10% de hidrogênio em parte de sua rede de gás natural, enquanto a concessionária Enel e a empresa de energia Eni têm planos também para o H₂.
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Fonte: Oil and Gas 360
