Um dos tipos mais perigosos de comportamento não-newtoniano ocorre quando misturamos areia e água, criando uma substância frequentemente designada por areia movediça. A areia movediça possui propriedades semi-sólidas até ser sujeita a pressão, após o que fica menos espessa, transformando-se num líquido fluido - é a chamada liquefação. É por isso que quando entramos em areias movediças, quanto mais nos debatemos e agitamos para conseguimos sair, mais fino fica o líquido e mais nos afundamos. Mas o que quer que nos mostrem nos filmes, é pouco provável morrermos afundados em areias movediças.; pelo facto de ser um líquido de densidade mais elevada do que a do nosso corpo, assim que nos submergirmos até à cintura, voltamos a flutuar para cima. Ainda assim, sair não deixa de ser muito difícil, visto que, se não nos mexermos, o líquido espessa e solidifica à nossa volta, enquanto que, se nos debatermos, adelgaça, tornando muito difícil conseguir apoio para os pés. Por outras palavras, estamos atolados até sermos resgatados - e é então que a areia movediça se torna mortal.
Mais perigosa, porém, do que as areias modeviças, é a liquefação que ocorre durante os terramotos. Aqui, em mais um exemplo letal de fluxo não-newtoniano, a tensão resultante das vibrações do sismo liquefaz o solo, provocando em geral danos gigantescos. Basta considerar o tremor de terra de 2011 na Nova Zelândia: atingiu a cidade de Christchurch, provocando uma liquefação considerável que destruiu edifícios e lançou milhares de toneladas de areia e lama sobre a cidade.
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Fonte: Mark Miodownik, A Vida Secreta dos Líquidos - As substâncias mágicas que fluem pelas nossas vidas (Livro)
Exemplos de cena com areia movediça (fluidos não-newtonianos) no cinema:
Filme: The cry of the hunted (1953)