A pandemia da COVID-19 e a decisão de encerrar a refinaria de Matosinhos em 2021:
Após uma rigorosa avaliacão de alternativas, a Galp decidiu concentrar as suas atividades de refinacao e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar as operacaes de refinacao ern Matosinhos, a partir de 2021. A Galp continuara a abastecer o mercado regional mantendo o acesso ao terminal maritimo, armazenagem e infraestruturas de distribuicao em Matosinhos, encontrando-se a avaliar alternativas de utilizacao para o complexo.
(...) Esta reconfiguracao permitira uma reducao de mais de €90 m por ano em custos fixos e investimentos, e cerca de 900 kt CO2e associadas ao sistema atual.
(...) A refinaria de Sines detêm uma capacidade de destilado de cerca de 220 kbpd, sendo a principal refinaria de Portugal e uma das maiores refinarias da Península lberica. A complexidade e capacidade de conversão, assim como a vantagem estratégica proveniente da localizado costeira e das infraestruturas portuárias de Sines, tanto para o aprovisionamento de crude como para a exportação de produtos, tornam este sistema refinador altamente competitivo.
A refinaria de Matosinho dez anos antes da decisão de encerrar:
Em 2011, o BEQ fez uma publicação intitulada "Sobre a reconfiguração da refinaria de Matosinhos (GALP)"onde dava conta de algumas novidades que à data estavam em curso ou em perspetiva para a esta unidade industrial.
Recuperamos partes do texto então publicado: A Galp Energia concluiu com sucesso o projecto de reconfiguração da sua refinaria de Matosinhos, um investimento de 350 milhões de euros que compreendeu a construção de uma nova unidade de destilação a vácuo e de uma unidade de viscorredução, peças essenciais num programa de modernização de ambas as refinarias da empresa. Globalmente, este programa representa um investimento de 1,4 mil milhões de euros que estará concluído ainda antes do final do ano (2011).
(...) A Refinaria de Matosinhos iniciou a sua laboração em Setembro de 1970. (...) Esta unidade de produção possui uma área aproximada de 400 hectares e está interligada ao terminal de petroleiros no porto de Leixões através de 2 km de oleodutos. Está ainda ligada de forma umbilical ao terminal oceânico de Leixões (monobóia) através de um oleoduto com cerca de 3,5 km. Este terminal, cujo ponto de descarga se localiza ao largo, permite o abastecimento da refinaria mesmo em condições adversas de mar, uma vez que os navios não necessitam de entrar no porto.
A refinaria de Matosinhos, possui uma capacidade de armazenagem de 1.780.317 m3, dos quais 648.621 m3 são para ramas de petróleo e 1.131.696 m3 para produtos intermédios e finais. A refinaria possui cerca de 1.250 km de pipelines.
(...) A refinaria de Matosinhos abastece o mercado com uma extensa gama de produtos que inclui: propano, butano, euro super, gasolina sem chumbo, super plus, nafta química, petróleo de iluminação, petróleo carburante, jet A1, white spirit, gasóleo, fuelóleo, fuelóleo para cogeração, fuelóleo bancas, óleos lubrificantes, massas lubrificantes, parafinas, ceras microcristalinas, benzeno, tolueno, ortoxileno, paraxileno, solventes aromáticos, solventes alifáticos, enxofre, betumes asfálticos e óleos base.
Implicações no pólo petroquímico Matosinhos-Estarreja?
O pólo petroquímico de Matosinhos / Estarreja é constituído pela fábrica de aromáticos, adjacente à refinaria da GALP de Matosinhos, e pelo complexo petroquímico de Estarreja. Este último está implantado, sobre 54 hectares de terreno e tem como empresas nucleares a Dow, a Cuf/Quimigal, e a Air Liquide. Estas, juntamente com a unidade de formaldeído da Bresfor localizada junto ao porto de Aveiro, constituem a fileira dos poliuretanos.
Proposta de compra em 2023 para reativar a refinaria de Matosinhos:
Em Outubro de 2023 foi notícia em pelo menos três meios noticiosos portugueses (Jornal de Notícias, Sic Notícias, e Porto Canal) que o grupo britânico Simpatrans teria oferecido 285 milhões de dólares à Galp para adquirir a refinaria de Matosinhos no sentido de reativar a sua atividade.
O Simpatrans Group é uma empresa privada limitada constituida em 2014 em Blackburn (Inglaterra). O código de atividade em que foi registada é refinação de petróleo. No seu site, apresentam-se como "um grupo privado jovem e dinâmico de empresas comerciais que opera no comércio global de vários produtos físicos de petróleo, petróleo bruto, GLP, armazenamento e transporte marítimo."
Ao que acresce: "As empresas comerciais do Grupo Simpatrans são fundadas pelo Diretor-Presidente, Sr. Stefan-Paul Iliescu. As empresas comerciais que operam sob a égide do Grupo Simpatrans são SC Simpatrans Ltd, registada no Dubai, Emirados Árabes Unido; Simpatrans Oil & Gas, registada em Aalten, Holanda; e a Simpatrans Oil & Gas Limited, registada no Reino Unido."