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Sobre a oscilação do preço do gás natural e a competitividade da indústria portuguesa


 

 "Os preços do gás natural para a indústria subiram 36,5% desde 2009 e, no primeiro semestre, estiveram mais caros do que em todo o ano passado, revelam os dados de setembro da Direção Geral de Energia (DGE) e do Eurostat, compilados pela Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica (Apicer).

“No ano passado, Portugal era o país com o preço do gás mais elevado, quando comparado com Espanha, França e Itália”, países onde as condições para a produção de cerâmica são mais semelhantes a Portugal, concluiu a Apicer. E, se comparados com a média dos 27 países da Europa, os preços em Portugal têm estado entre 5% a 10% mais caros nos últimos quatro anos.

Desta vez, a culpa não é da crise nem dos impostos, porque apesar do IVA estar mais alto, as indústrias são ressarcidas desse valor. De acordo com o presidente da Apicer, Duarte Garcia, a maior subida de preços registou-se a partir de janeiro de 2009, logo após a liberalização do mercado, ou seja, quando o regulador deixou de fixar tarifas e a Galp passou a definir os preços de venda ao consumidor industrial

“Desde que houve a pretensão de liberalizar o mercado que há um operador único e, à conta disso, vão subindo as margens, comprometendo a competitividade da indústria”, acusou Duarte Garcia, ao Dinheiro Vivo. Segundo este responsável, apoiado pelos mesmos dados da DGE e do Eurostat, em 2012 os custos de importação, ou seja, o preço a que a Galp compra gás natural à Argélia e à Nigéria, foi de 7,9 euros por gigajoule; já o preço de venda à indústria foi de mais de 11 euros por gigajoule."

Fonte: Dinheiro Vivo, 28/09/2013