"Analisando a situação actual da indústria química portuguesa e a evolução que a condicionou, depreende-se que algumas das causas imediatas dos problemas que enfrenta, em termos de competitividade, têm a ver, por um lado, com a debilidade da sua própria estrutura, e por outro lado, com a falta de tradição das empresas portuguesas em criarem uma actividade própria de investigação e desenvolvimento e de a utilizarem na definição das suas estratégias e dos seus planos de desenvolvimento.
No que respeita ao segundo aspecto, são flagrantes, por exemplo, as lacunas de integração em diversas linhas produtivas e a circunstância de não se ter promovido, como ocorreu noutros sectores económicos, a consolidação de uma empresa portuguesa suficientemente forte que pudesse dar continuidade mais harmonizada às diversas iniciativas que foram irrompendo e que, em muitos casos, não tiveram continuidade ou acabaram por ser adquiridas por capitais estrangeiros.
Quanto ao segundo aspecto, dever-se-á incentivar a inserção de mais quadros jovens nas empresas químicas portuguesas, nomeadamente com formação pós-graduada (mestres e doutores), em áreas científicas potenciadoras de uma maior investigação e desenvolvimento tecnológico, e diminuir assim a nossa dependência tecnológica do exterior."
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