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Sobre a atribuição do prémio Professor Almiro e Castro (2014) ao docente João A.P. Coutinho, da Universidade de Aveiro




O docente da Universidade de Aveiro (UA) João A. P. Coutinho é o grande vencedor do prémio Professor Almiro e Castro. A distinção, atribuída ao investigador do Departamento de Química e do Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos (CICECO) da academia de Aveiro durante a 12th International Chemical and Biological Engineering Conference (CHEMPOR 2014), que decorreu de 10 a 12 de setembro no Porto, homenageia o trabalho que o investigador da UA tem realizado nos últimos anos em áreas que vão desde a purificação de biomoléculas, à caraterização de biocombustíveis, passando pelas novas tecnologias para a recuperação de petróleo.


O trabalho que foi premiado é o resultado do esforço dedicado de uma enorme equipa por mim coordenada”, congratula-se João A. P. Coutinho depois de ter recebido o prémio instituído pela Paralab, entregue pela primeira vez por esta empresa nacional da área de distribuição de equipamentos científicos para aplicações laboratoriais e industriais. O galardão pretende distinguir, de três em três anos, o mérito científico de um docente e investigador de nacionalidade portuguesa, com idade inferior a 45 anos, que se tenha destacado nas áreas das Engenharias Química, Biológica e afins.

Este prémio é muito importante. É o primeiro prémio deste tipo dedicado à Engenharia Química e Bioquímica a nível nacional e aparece numa altura em que o sistema científico nacional, depois de anos de intenso crescimento e numa altura em que atingia uma projeção de nível internacional é colocado em causa por uma política de terra queimada que em lugar de construir em cima das sólidas fundações que foram sendo criadas, aprimorando o sistema existente, está a arrasar tudo para criar uma nova estrutura em que a comunidade científica não se revê”, aponta o investigador da UA.

Isto é particularmente válido na Engenharia Química em que, apesar de segundo os estudos bibliométricos da Fundação para a Ciência e a Tecnologia ser a área científica que mais se destaca nas comparações internacionais, e aquela que mais doutores consegue colocar a trabalhar nas empresas, tem vindo a ser marginalizada e menorizada em todo este processo”, diz.

"É pois", salienta o premiado, “interessante e recompensador ver, que, numa altura em que não apenas os investigadores não têm incentivos ou reconhecimentos da parte das múltiplas entidades oficiais relativamente ao trabalho que desempenham, antes são continuamente criados obstáculos burocráticos ou de natureza vária ao seu trabalho que levam a uma desmotivação e ao desalento, quando não à desistência ou abandono do país pelos mais jovens, uma empresa criar um prémio que visa ser um incentivo e transmitir o reconhecimento da comunidade em relação aos seus membros mais ativos”.

Assim, “este prémio é para nós, todos os membros do meu grupo de investigação que o vêem como seu, um incentivo a continuar o trabalho que temos vindo a desenvolver na certeza de que há um reconhecimento, se não da parte das entidades oficiais pelo menos da comunidade portuguesa de Engenharia Química em relação à qualidade da ciência que vem sendo desenvolvida na UA na área da Engenharia Química”.

Fonte: Universidade de Aveiro