(...) Reduzir a dependência humana de métodos de arrefecimento ineficientes como o ar condicionado pode ter um grande impacto no cenário energético global. Por um processo de deslignificação completa e densificação de madeira, Li et al. projetaram uma madeira modificada com recurso a um método que combina a deslignificação e a prensagem, criando assim um material mecanicamente forte que também arrefece passivamente. Este investigadores modelaram a economia de arrefecimento deste novo material de madeira em 16 diferentes cidades dos EUA, tendo obtido uma economia de custos de 20 a 50%. Esta solução de arrefecimento radiativo passivo tem particular valor em climas quentes e secos.
(...) A madeira é utilizada há milhares de anos e tem emergido como um importante material de construção sustentável para substituir potencialmente o aço e o betão/concreto devido às suas vantagens económicas e ambientais (10) (...) A vibração molecular e o alongamento da celulose na madeira de regrigeração facilitam a emissão forte no infravermelho. O fluxo de calor emitido pela madeira de arrefecimento radiativo passivo excede a radiação solar absorvida, resultando num arrefecimento radiativo passivo durante o dia e noite. A madeira deslignificada e mecanicamente comprimida oferece também uma resistência mecânica e dureza que são, respetivamente, ~ 8,7 e 10,1 vezes a resistência e dureza da madeira natural. Esses resultados estabelecem esta solução como um material estrutural multifuncional que pode abrir caminho para melhorar a eficiência energética dos edifícios.
Fonte: T. Li, Y. Zhai, S. He, W. Gan, Z. Wei, M. Heidarinejad, D. Dalgo, R. Mi, X. Zhao, J. Song, J. Dai, C. Chen, A. Aili, A. Vellore, A. Martini, R. Yang, J. Srebric, X. Yin, L. Hu, A radiative cooling structural material, Science, 2019, 760-763.
Um pouco mais sobre arrefecimento radiativo passivo
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