"Indiscutivelmente, a restrição biológica mais importante para a produtividade de culturas para pequenos proprietários são as pragas de insetos, pois são facilmente percebidas e compreendidas, e o seu controlo efetivo pode ser monitorado com pouco treinamento. Doenças, deficiências nutricionais do solo e nemátodos, por outro lado, são menos tangíveis, e sem dúvida mais difíceis de controlar. As abordagens atuais para o controle de pragas de insetos dependem quase exclusivamente do uso de pesticidas sintéticos, em parte porque abordagens alternativas naturais não estão bem estabelecidas no mercado (de Bon et al., 2014, Isman, 2006). No entanto, os primeiros podem ter sérios impactos secundários, através do uso indevido no meio ambiente e nos consumidores finais por meio da persistência em frutas e vegetais (Mutengwe et al., 2016).
(...) Historicamente, os inseticidas botânicos foram a base do controle de pragas até o advento de produtos químicos sintéticos produzidos industrialmente; esses novos compostos eclipsaram a eficiência e a eficácia dos produtos químicos da planta e foram produzidos a granel, conforme necessário. (...) No entanto, mudanças recentes na regulamentação na Europa estimularam um interesse renovado na química de plantas com um grande aumento na pesquisa sobre a bioatividade das plantas, bem como novas expectativas de que os compostos vegetais possam fornecer modelos para novas químicas.
(...) A África é indiscutivelmente o continente que tem mais a ganhar com o desenvolvimento de pesticidas naturais à base de plantas. Centenas de espécies indígenas e exóticas com propriedades pesticidas foram relatadas na África através de várias pesquisas com agricultores e pesquisas subsequentes, muitas das quais foram confirmadas como ativas contra uma variedade de pragas de artrópodes. O uso agrícola de plantas pesticidas, particularmente entre os pequenos agricultores pobres em recursos, é generalizado e familiar para muitos agricultores africanos."
Fonte: Philip C. Stevenson, Murray B. Isman, Steven R. Belmain, Pesticidal plants in Africa: A global vision of new biological control products from local uses, Industrial Crops and Products, 110,
(2017) 2-9.
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Alguns requisitos e oportunidades colaterais da aposta em inseticidas de base natural:
Importa referir que, para o sucesso da disseminação de inseticidas de base natural é vital assegurar a produção suficiente das espécies vegetais fornecedoras dos compostos inseticidas, bem como de processos industriais de separação (particularmente de extração) seletivos, competitivos e sustentáveis.
O aposta em inseticidas de base natural é simultaneamente compatível com as tendências da biorrefinaria e da economia circular, visto que não só é possível fracionar espécies vegetais e gerar produtos destinados a aplicações distintas (como um extrato inseticida), mas também porque uma planta possui várias partes morfológicas e nem todas têm uma efetiva valorização (casca, madeira, flores, frutos, folhas, etc), o que abre caminho a lógicas de reaproveitamento dessas diferentes frações. Tais objetivos estão alinhados com as expectativas de uma indústria de base natural, que garanta a sustentabilidade dos recursos de que necessita.
A respeito dos referidos requisitos e oportunidades recomenda-se a (re)leitura das seguintes publicações BEQ:
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EcoSmart. Ingredientes ativos: Óleo de cravo (2.0%), Óleo de tomilho (0,6%), Óleo de Gaultheria sp. + espiga de milho (99%).
Ingredientes ativos: extratos vegetais de alho - Allium sativum (99.0%).